A morte é aquela que mente


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La mort est celle qui ment

A morte é aquela que mente
Ao estar entre o que és
E o que serás.

O teu futuro
Existe já no teu presente, inviso,
Oculto pela morte. Ela mente.

És já quem serás,
Serás quem és,
Serás quem foste.
Mas a morte mente
Para existir.

Tu crês nela.
E morres. Eu não creio.
Sou tudo o que há em mim
Para ser, o ser tido,
O ser a haver.
Não creio na morte. Tu crês.
Morres.
E eu também. Mas sem morrer.

La mort est celle qui ment
et se tient entre ce que tu es
Et ce que tu seras.

Ton futur
Existe déjà, inaperçu dans ton présent,
Caché par la mort. Qui ment.

Tu es déjà qui tu seras,
Tu seras celui que tu es,
Tu seras celui que tu fus.
Mais la mort te ment
Pour exister.

Tu crois en elle.
Et tu meurs. Je n'y crois pas
Je suis tout ce qu'il y a en moi.
D'avoir été, d'être
D'avoir à être.
Je ne crois pas en la mort. Tu y crois.
Tu meurs.
Et moi aussi. Mais sans mourir

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Michel Haddad (1943 - 1979)

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