Um homem. De neblina...


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Nuno Rocha Morais »»
 
Últimos Poemas (2009) »»
 
Italien »»
«« 62 / Sommaire (63) / 64 »»
________________


Um homem. De neblina...
Un homme. De brume...


 (Tributo a Francis Bacon)

I.

Um homem. De neblina.
A cada passo mais difuso.
Caminha para nós.
Nunca nos encontrará.
O azul não é o nosso elemento.


II.

Um grito que não é som,
Mas apenas a forma da boca:
Desejo, esconjuro, caos,
Trono, quasar, signo,
Verme tão contráctil
Como a luz de qualquer estrela.
A boca, proteica,
Para se ajustar à angústia,
À alegria, transborda
Da sua própria forma.
Após a boca, está logo a alma:
O calor que dela emana
Denuncia um anjo íncubo
Que não partiu há muito,
Deixando um sabor do sémen
Final e definitivo.
...

 (Hommage à Francis Bacon)

  I.

Un homme De brume.
A chaque pas plus diffus.
Il vient à notre rencontre.
Jamais il ne nous trouvera.
L'azur n'est pas notre élément.


II.

Un cri qui n'est pas un son,
Mais seulement la forme d'une bouche :
Désir, exorcisme, chaos,
Trône, quasar, signe,
Ver si contractile
Comme la lumière de quelque étoile.
La bouche, protéique,
Pour s'adapter à l'angoisse,
À la joie, débordée
De sa propre forme.
Après la bouche, il n'est que l'âme :
La chaleur qui d'elle émane
Dénonce un ange incube
Qui n'est pas parti depuis longtemps,
Laissant un goût de sperme
Ultime et définitif.
...

________________

Francis Bacon
Étude pour une tête (1952)
...

Entre ave e réptil


Apellido:
 
Revista:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
Cacto (2003) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Entre ave e réptil
Entre ave y reptil

interessa-me
entre ave e réptil
a condição
ambígua

confesso meu
fascínio por
essa corda estendida
entre uma e outra
palavra
e sua falsa noção
de equilíbrio

trago na raiz
do gesto o alvoroço
do circo

nervo reteso
lanço-me no ar
risco a
superfície do inútil — e voo!

por vezes
uma palavra mais ágil
me subtrai
do precipício

mas quase sempre
me esborracho
no chão
em meu vôo solo
sem tambor nem
auxílio

reconfirmado
sísifo
— amador de seu ofício —
alço-me outra vez
ao risco dos trapézios

me interesa
entre ave y reptil
la condición
ambigua

confieso mi
fascinación por
esa cuerda tendida
entre una y otra
palabra
y su falsa noción
de equilibrio

llevo en la raíz
del gesto el alborozo
del circo

nervio tenso
me lanzo en el aire
rasco la
superficie de lo inútil —¡y vuelo!

A veces
una palabra más ágil
me sustrae
del precipicio

pero casi siempre
me estrello
en el suelo
en mi vuelo solitario
sin tambor ni
auxilio

reconfirmando
A Sísifo
— amante de su ofício —
me alzo otra vez
al riesgo de los trapecios

________________

Paul Klee
Funambulista (1923)
...

Entre ave e réptil


Nom :
 
Revue :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
Cacto (2003) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Entre ave e réptil
Entre l'oiseau et le reptile

interessa-me
entre ave e réptil
a condição
ambígua

confesso meu
fascínio por
essa corda estendida
entre uma e outra
palavra
e sua falsa noção
de equilíbrio

trago na raiz
do gesto o alvoroço
do circo

nervo reteso
lanço-me no ar
risco a
superfície do inútil — e voo!

por vezes
uma palavra mais ágil
me subtrai
do precipício

mas quase sempre
me esborracho
no chão
em meu vôo solo
sem tambor nem
auxílio

reconfirmado
sísifo
— amador de seu ofício —
alço-me outra vez
ao risco dos trapézios

m'intéresse
entre l'oiseau et le reptile
la condition
ambigu

j'avoue ma
fascination pour
cette corde tendue
entre l'un et l'autre
mot
et leur fausse notion
d'équilibre

Je porte à la racine
du geste le tumulte
du cirque

nerfs sous tension
je me lance dans l'air
me risque à
la surface de l'inutile — et m'envole !

parfois
une parole plus déliée
me soustrait
du précipice

mais presque toujours
je m'écrase
sur le sol depuis
mon vol en solitaire
sans tambour ni
assistance

sisyphe
reconfirmé
— amateur de son métier —
je m'élève une fois encore
au risque des trapèzes



________________

Paul Klee
Funambule (1923)
...

Ferreiro


Apellido:
 
Revista:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
Fili d'aquilone (2007) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Ferreiro
Herrero

malhar o ferro frio
até que do bruto
metal desponte
o fio da navalha

malhar até que o aço
rubro de cansaço
se renda ao sopro
de um calafrio

e que da matéria
distante e alheia
salte faiscante
uma centelha

machar el hierro frío
hasta que del bruto
metal despunte
el filo de la navaja.

machar hasta que el acero,
rojo de cansancio,
se rinda al soplo
de un escalofrío

y que, de la materia
distante y ajena,
salte chispeante
una centella.

________________

Pieter Paul Rubens
Vulcano forjando los rayos de Júpiter (1636-1638)
...

Ferreiro


Nom :
 
Revue :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
Fili d'aquilone (2007) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Ferreiro
Forgeron

malhar o ferro frio
até que do bruto
metal desponte
o fio da navalha

malhar até que o aço
rubro de cansaço
se renda ao sopro
de um calafrio

e que da matéria
distante e alheia
salte faiscante
uma centelha

bat le fer à froid
jusqu'à ce que luise
du métal brut
le fil du rasoir

frappe jusqu'à ce que
rouge de fatigue l'acier
se rende au souffle
d'un frisson

et que de la matière
distante et contraire
saute éblouissante
une étincelle




________________

Pierre Paul Rubens
Vulcain forgeant la foudre de Jupiter (1636-1638)
...

Ao pó


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Ao pó
Aux cendres

mulher de Ló
mulher sem nome
de Ló

indaga ao fogo
indaga ao pó

qual a sílaba
mais sonora
de teu nome
sem registro?

demanda ao vento
demanda ao sal

qual o signo
mais vasto
dessa tua
solidão?

pergunta ao fogo
pergunta ao pó
por que tamanho
desalento?

femme de Loth
femme sans nom
de loth

consulte le feu
consulte les cendres

quelle syllabe est
la plus sonore
de ton nom
sans registre ?

demande au vent
demande au sel

quel signe est
le plus vaste
de cette
solitude en toi ?

interroge le feu
interroge les cendres
pourquoi un si grand
accablement ?

________________

Sigalit Landau
Salt Bride (Mariée de sel) (2014)
...

Ao pó


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Ao pó
Al polvo

mulher de Ló
mulher sem nome
de Ló

indaga ao fogo
indaga ao pó

qual a sílaba
mais sonora
de teu nome
sem registro?

demanda ao vento
demanda ao sal

qual o signo
mais vasto
dessa tua
solidão?

pergunta ao fogo
pergunta ao pó
por que tamanho
desalento?

mujer de Lot
mujer sin nombre
de Lot

indaga al fuego
indaga al polvo

¿cuál es la sílaba
más sonora
de tu nombre
sin registro?

demanda al viento
demanda a la sal

¿cuál es el signo
más vasto
de tu
soledad?

Pregunta al fuego
pregunta al polvo
¿por qué esa tamaña
insensatez ?

________________

Sigalit Landau
Salt Bride (Novia de sal) (2014)
...

As costas do anjo


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

As costas do anjo
La espalda del ángel

Nas costas calcinadas
do anjo vi costelas
que se retorciam
como vergalhões
de ferro em brasa
e exalavam explícito
enxofre de Sodoma.

Enxerguei a dor
do ser comprimido
entre virtudes
inventadas e os
desejos de água,
vento, carne, sal
e plenitude.
Os desejos do chão.

Quando a nuvem
de chumbo passou,
o anjo se recompôs,
sem mais laivos
nem feridas. Perdeu
o traço bélico
e a arrogância típica
dos capitães do mato.

Mirou os olhos da
mulher de Ló, agora
apenas um capricho
do vento: duas órbitas
vazias de vida, mas
preenchidas de sal.
Desesperado, o anjo
também olhou
para trás. E chorou.

En la espalda calcinada
del ángel vi costillas
que se retorcian
como azotes
de hierro al rojo
y exhalaban explícitamente
el azufre de Sodoma.

Pude sentir el dolor
por ser comprimido
entre virtudes
inventadas y los
deseos de agua,
viento, carne, sal
y plenitud.
Los deseos de la tierra.

Cuando la nube
de plomo pasó,
el ángel se recuperó,
sin más trazas
sin lesiones. Perdió
el trazo bélico
y la arrogancia típica
de los cazadores de esclavos.

Miró los ojos de
La esposa de Lot, ahora
solo un capricho
del viento: dos órbitas
vacías de vida, pero
llenas de sal.
Desesperado, el ángel
también miró
hacia atrás. Y lloró.

________________

William Wetmore Story
El Ángel del dolor (1894)
...

As costas do anjo


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

As costas do anjo
Le dos de l'ange

Nas costas calcinadas
do anjo vi costelas
que se retorciam
como vergalhões
de ferro em brasa
e exalavam explícito
enxofre de Sodoma.

Enxerguei a dor
do ser comprimido
entre virtudes
inventadas e os
desejos de água,
vento, carne, sal
e plenitude.
Os desejos do chão.

Quando a nuvem
de chumbo passou,
o anjo se recompôs,
sem mais laivos
nem feridas. Perdeu
o traço bélico
e a arrogância típica
dos capitães do mato.

Mirou os olhos da
mulher de Ló, agora
apenas um capricho
do vento: duas órbitas
vazias de vida, mas
preenchidas de sal.
Desesperado, o anjo
também olhou
para trás. E chorou.

Sur le dos calciné
de l'ange j'ai vu des côtes
qui se tortillaient
comme des verges
de fer chauffées au rouge
exhalant le soufre
explicite de Sodome.

J'ai perçu la douleur
d'être tiraillé
entre les vertus
inventées et les
désirs de l'eau, du vent,
de la chair et du sel,
et de la plénitude.
Les désirs terrestres.

Lorsque le nuage
de plomb fut passé,
l'ange se recomposa,
sans plus de marques
ni de blessures. Il avait perdu
le tracé belliqueux
et l'arrogance typique
des chasseurs d'esclaves.

Il observa les yeux de
la femme de Loth, simple
caprice du vent,
dès lors : deux orbites
vidées de leur vie mais
remplies de sel.
Désespéré, l'ange
aussi regarda
en arrière. Et pleura.

________________

William Wetmore Story
L'ange de la douleur (1894)
...

Tribunal


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Tribunal
Tribunal

A mulher de Ló comparece ao tribunal.

Nome: desconhecido.
Acusação: olhou para trás.
Defesa: [interdita]
Sentença: morte sumária com regressão
 ao reino mineral.
Últimas palavras: [interditas]

La femme de Loth comparait devant le tribunal.

Nom : inconnu
Chef d'accusation : a regardé en arrière.
Défense : [interdite]
Sentence : mort sommaire avec retour
 au règne minéral.
Dernières volontés : [interdites]

________________

Pieter Bruegel
Le triomphe de la mort (detail) (1562)
...

Tribunal


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Tribunal
Tribunal

A mulher de Ló comparece ao tribunal.

Nome: desconhecido.
Acusação: olhou para trás.
Defesa: [interdita]
Sentença: morte sumária com regressão
 ao reino mineral.
Últimas palavras: [interditas]

La mujer de Lot comparece al tribunal.

Nombre: desconocido.
Acusación: miro para atrás.
Defensa: [Prohibida]
Sentencia: muerte sumaria con regresión
 al reino mineral.
Últimas palabras: [Prohibidas]

________________

Pieter Bruegel
El triunfo de la Muerte (detalle) (1562)
...

A mulher sem nome


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

A mulher sem nome
La mujer sin nombre

Estátua de sal
rosto chamuscado
pelo fogo de Sodoma.
O que desejavas
ao olhar para trás?

Tiveste saudade
de tua casa, nostalgia
das flores de teu
pomar ou, curiosa,
apenas quiseste saber?

Um gesto apenas
― e a implacável
execração dos séculos.

Nem os escribas do livro
nem os doutores da lei
– todos varões
e medrosos –
ousaram dizer teu nome.

Estatua de sal
rostro chamuscado
por el fuego de Sodoma.
¿Qué deseabas
mirando hacia atrás?

Tuviste anhelo
de tu casa, nostalgia
de las flores de tu
huerto o, por curiosidad,
¿solo quisiste saber?

Un gesto solo
- y el implacable
execrado de los siglos.

Ni los escribas del libro
ni los doctores de la ley
- todos varones
y miedosos-
osaran decir tu nombre.

________________

Camille Corot
La destrucción de Sodoma (1843-1857)
...

A mulher sem nome


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
A mulher de Ló (2018) »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

A mulher sem nome
La femme sans nom

Estátua de sal
rosto chamuscado
pelo fogo de Sodoma.
O que desejavas
ao olhar para trás?

Tiveste saudade
de tua casa, nostalgia
das flores de teu
pomar ou, curiosa,
apenas quiseste saber?

Um gesto apenas
― e a implacável
execração dos séculos.

Nem os escribas do livro
nem os doutores da lei
– todos varões
e medrosos –
ousaram dizer teu nome.

Statue de sel
visage roussi
par les feux de Sodome.
Que désiraient voir
tes yeux te retournant ?

Avais-tu le regret
de ta maison, la nostalgie
des fleurs de ton
verger ou, n'était-ce
qu'une simple curiosité ?

L'esquisse d'un geste
— et l'implacable
exécration des siècles.

Ni les scribes du livre
ni les docteurs de la loi
– tous, mâles
et craintifs –
n'ont osé dire ton nom.

________________

Camille Corot
La destruction de Sodome (1843-1857)
...

Caçador


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
Tesoura cega (2015) - Sete grãos de chumbo »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Caçador
Cazador

o amor carrega no bolso
sete grãos de chumbo

pisa torto enxerga pouco
e olha de través

nos dias ímpares
vai à caça

nos pares se recolhe
para chorar

quando sai não diz aonde
vai nem deixa pista

quando chega destrói
a casa e

espalha violetas
pelo chão

o amor carrega no dorso
sete grãos de chumbo

El amor carga en el bolsillo
siete granos de plomo

pisa chueco corto de miras
y mira de traves

los días impares
va de caza

los pares se recoge
para llorar

cuando sale no dice adonde
va sin dejar pista

cuando llega destroza
la casa y

esparce violetas
en el suelo

el amor carga en el dorso
siete granos de plomos

________________

Chaïm Soutine
Le Groom (El cazador) (1925)
...

Caçador


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
Tesoura cega (2015) - Sete grãos de chumbo »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Caçador
Chasseur

o amor carrega no bolso
sete grãos de chumbo

pisa torto enxerga pouco
e olha de través

nos dias ímpares
vai à caça

nos pares se recolhe
para chorar

quando sai não diz aonde
vai nem deixa pista

quando chega destrói
a casa e

espalha violetas
pelo chão

o amor carrega no dorso
sete grãos de chumbo

l'amour porte dans ses poches
sept grains de plomb

piétine de travers perçoit peu
et regarde en biais

les jours impairs
il va à la chasse

en paires il se recueille
pour pleurer

et ne dit pas quand il sort où
il va sans laisser de traces

quand il est là il détruit
la maison

éparpille des violettes
sur le sol

l'amour porte dans son dos
sept grains de plomb

________________

Chaïm Soutine
Le Groom (Le chasseur) (1925)
...

Bodas


Apellido:
 
Colleción:
 
Otra traducción:
Carlos Machado »»
 
Tesoura cega (2015) - Sete grãos de chumbo »»
 
Italiano »» Francés »»
«« anterior / Sumario / siguiente »»
________________

Bodas
Bodas

o pai
abençoa

a mãe
chora e abençoa

o tempo
ri — ri e atraiçoa

el padre
bendice

la madre
llora y bendice

el tiempo
ríe — ríe y traiciona

________________

Henri Rousseau llamado el Aduanero
La boda (1905)
...

Bodas


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Carlos Machado »»
 
Tesoura cega (2015) - Sete grãos de chumbo »»
 
Italien »» Espagnol »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________

Bodas
Noces

o pai
abençoa

a mãe
chora e abençoa

o tempo
ri — ri e atraiçoa

le père
bénit

la mère
pleure et bénit

le temps
rit – rit et trahit

________________

Henri Rousseau, dit le Douanier
Une noce à la campagne (1905)
...

Nuage des auteurs (et quelques oeuvres)

A. M. Pires Cabral (44) Adélia Prado (40) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Affonso Romano de Sant'Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (38) Ana Elisa Ribeiro (8) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antônio Cícero (40) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (104) Casimiro de Brito (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (39) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (27) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (46) Hilda Hilst (41) Inês Lourenço (40) João Cabral de Melo Neto (43) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Jorge de Sena (40) Jorge Sousa Braga (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (40) José Saramago (40) Lêdo Ivo (33) Luis Filipe Castro Mendes (40) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (32) Manuel Bandeira (39) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mário Cesariny (34) Mario Quintana (38) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (428) Pássaro de vidro (52) Poemas Sociais (30) Poèmes inédits (247) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (41) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)