desta vez não vai ter neve como em petrogrado


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Paulo Leminski »»
 
Toda Poesia (2013) »»
 
Italien »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________


desta vez não vai ter neve
como em petrogrado
Cette fois, il n'y aura pas de neige
comme à Pétrograd


desta vez não vai ter neve
  como em petrogrado aquele dia
o céu vai estar limpo e o sol brilhando
você dormindo e eu sonhando

nem casacos nem cossacos
  como em petrogrado aquele dia
apenas você nua e eu como nasci
eu dormindo e você sonhando

não vai mais ter multidões gritando
  como em petrogrado aquele dia
silêncio nós dois murmúrios azuis
eu e você dormindo e sonhando

nunca mais vai ter um dia
  como em petrogrado aquele dia
nada como um dia indo atrás do outro vindo
você e eu sonhando e dormindo
Cette fois, il n'y aura pas de neige
  comme à Pétrograd ce jour-là
le ciel sera limpide et le soleil brillera
toi qui dors et moi rêvant

Pas de manteaux ni de cosaques
  comme à Pétrograd ce jour-là
Seulement toi nue et moi naissant
moi qui dors et toi rêvant

il n'y aura pas de foule en colère
  comme à Pétrograd ce jour-là
nous deux en silence murmures bleus
toi et moi endormis rêvant

Jamais plus il n'y aura
  comme à Pétrograd jour pareil à ce jour-là
Rien de mieux qu'un jour venant après l'autre
toi et moi rêveurs endormis
________________

Vasili Semenovich Sadovnikov
Veduta du pont Blagoveshchensky à Saint-Pétersbourg (1851)
...

Não: descansa…



Nom :
 
Recueil :
Source :
 
Autre traduction :
Nuno Rocha Morais »»
 
Poèmes inédits »»
nunorochamorais.blogspot.com (août 2025) »»
 
Italien »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________


Não: descansa…
Non. Mais le repos…


Não: descansa.
Não mais amargura.
Dissolveu-se a imagem do velho
Que junta à fonte o seu choro
Jovem poderosamente.

Cada vez que a tua mão
Desenhar o meu rosto,
Há-de haver uma palavra, um verso,
Lugar de cantar, não de fugir,
Lugar de me perder para me encontrar
Em novo espanto.

Não: descansa.
Non. Mais le repos.
Plus d’amertume.
Se dissout l'image du vieil homme
Unissant à la source ses pleurs
Puissamment juvéniles.

Chaque fois que ta main
Dessinera mon visage,
Il y aura toujours un mot, un vers,
Un lieu pour chanter, non pour s'enfuir
Un lieu où je puisse me perdre et me retrouver,
Nouvel émerveillement.

Non. Mais le repos.
________________

Janaina Tschäpe
Mémoire débordée (2014)
...

Dor elegante


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Paulo Leminski »»
 
Toda Poesia (2013) »»
 
Italien »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________


Dor elegante
Élégante est la douleur


Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Como se chegando atrasado
Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha

Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Un homme avec une douleur
Est bien plus élégant
Il chemine ainsi de côté
Comme si arriver en retard
Allait le conduire plus loin.

Il porte le poids de sa douleur
Comme on porte des médailles
Une couronne, un million de dollars
Ou quelque chose qui les vaut

Opiums, édens, analgésiques
Ne touchez pas à ma douleur
Elle est tout ce qu'il me reste
Souffrir sera mon œuvre ultime
________________

Giovanni Boldini
James Abbott McNeill Whistler (1897)
...

Desencontrários


Nom :
 
Recueil :
 
Autre traduction :
Paulo Leminski »»
 
Toda Poesia (2013) »»
 
Italien »»
«« précédent / Sommaire / suivant »»
________________


Desencontrários
Contrariétés


Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.
J'ai demandé aux mots de rimer,
il n'ont pas voulu m'obéir.
Ils parlaient de la mer, du ciel, des roses,
en grec, en silence, en prose.
Elle a sûrement perdu la tête,
la syllabe silencieuse.

J'ai demandé à la phrase de rêver,
elle s'est enfuie dans un labyrinthe.
C'est ainsi, je crois, qu'on fait de la poésie.
Donner des ordres à une armée
pour conquérir un empire éteint.
________________

Paula Cahill
Sentiers (2025)
...

Nuage des auteurs (et quelques oeuvres)

A. M. Pires Cabral (44) Adolfo Casais Monteiro (36) Adriane Garcia (40) Adão Ventura (41) Adélia Prado (40) Affonso Romano de Sant'Anna (41) Al Berto (38) Albano Martins (41) Alberto Pimenta (40) Alexandre O'Neill (29) Ana Cristina Cesar (38) Ana Elisa Ribeiro (40) Ana Hatherly (43) Ana Luísa Amaral (40) Ana Martins Marques (48) Antonio Brasileiro (41) Antonio Osorio (42) António Gedeão (37) António Ramos Rosa (39) Antônio Cícero (40) Augusto dos Anjos (50) Caio Fernando Abreu (40) Carlos Drummond de Andrade (43) Carlos Machado (112) Casimiro de Brito (40) Cassiano Ricardo (40) Cecília Meireles (37) Conceição Evaristo (33) Daniel Faria (40) Dante Milano (33) David Mourão-Ferreira (40) Donizete Galvão (41) Eugénio de Andrade (34) Ferreira Gullar (40) Fiama Hasse Pais Brandão (38) Francisco Carvalho (40) Galeria (30) Gastão Cruz (40) Gilberto Nable (48) Hilda Hilst (41) Iacyr Anderson Freitas (41) Inês Lourenço (40) Jorge Sousa Braga (40) Jorge de Sena (40) José Eduardo Degrazia (40) José Gomes Ferreira (41) José Régio (41) José Saramago (40) João Cabral de Melo Neto (43) João Guimarães Rosa (33) João Luís Barreto Guimarães (40) Luis Filipe Castro Mendes (40) Lêdo Ivo (33) Manoel de Barros (36) Manuel Alegre (41) Manuel António Pina (33) Manuel Bandeira (39) Manuel de Freitas (41) Marina Colasanti (38) Mario Quintana (38) Micheliny Verunschk (40) Miguel Torga (31) Murilo Mendes (32) Mário Cesariny (34) Narlan Matos (85) Nuno Júdice (32) Nuno Rocha Morais (499) Paulo Leminski (22) Pedro Mexia (40) Poemas Sociais (30) Poèmes inédits (308) Pássaro de vidro (52) Reinaldo Ferreira (40) Ronaldo Costa Fernandes (42) Rui Knopfli (43) Rui Pires Cabral (44) Ruy Belo (28) Ruy Espinheira Filho (43) Ruy Proença (48) Sophia de Mello Breyner Andresen (32) Tesoura cega (35) Thiago de Mello (38) Ultimos Poemas (103) Vasco Graça Moura (40) Vinícius de Moraes (34)