Quando chegar


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Ana Cristina Cesar »»
 
Inéditos e dispersos (1985) »»
 
Italien »»
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Quando chegar
Quand viendra l'heure


Quando eu morrer,
Anjos meus,
Fazei-me desaparecer, sumir, evaporar
Desta terra louca
Permiti que eu seja mais um desaparecido
Da lista de mortos de algum campo de batalha
Para que eu não fique exposto
Em algum necrotério branco
Para que não me cortem o ventre
Com propósitos autopsianos
Para que não jaza num caixão frio
Coberto de flores mornas
Para que não sinta mais os afagos
Desta gente tão longe
Para que não ouça reboando eternos
Os ecos de teus soluços
Para que perca-se no éter
O lixo desta memória
Para que apaguem-se bruscos
As marcas do meu sofrer
Para que a morte só seja
Um descanso calmo e doce
Um calmo e doce descanso
Quand je mourrais,
Anges,
Faites-moi disparaître, que je m'efface et m'évapore
De cette terre de folie
Permettez-moi d'être un disparu de plus
Ajouté à la liste des morts sur les champs de bataille
Et de n'être pas ainsi exposé
Dans une morgue blanche
Ni d'avoir le ventre ouvert
À des fins d'autopsie.
Faites que je ne sois pas gisant dans le froid
D'un cercueil couvert de mornes fleurs,
Pour que je ne sente plus les caresses
De ces gens qui s'éloignent
Ni ne perçoive les ressacs de l'éternel,
Les échos de tes pleurs
Pour que se perde dans l'éther
Les scories de cette mémoire
Et que d'un coup s'éteignent
Les marques de ma souffrance
Pour que la mort ne soit plus
Qu'un repos calme et doux,
Un calme et doux repos.
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Pierre Puvis De Chavannes
La mort et la demoiselle (1872)
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