Primavera


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Primavera
Printemps


Todo o amor que nos
prendera
como se fora de cera
se quebrava e desfazia
ai funesta primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia

E condenaram-me a tanto
viver comigo meu pranto
viver, viver e sem ti
vivendo sem no entanto
eu me esquecer desse encanto
que nesse dia perdi

Pão duro da solidão
é somente o que nos dão
o que nos dão a comer
que importa que o coração
diga que sim ou que não
se continua a viver

Todo o amor que nos
prendera
se quebrara e desfizera
em pavor se convertia
ninguém fale em primavera
quem me dera, quem nos dera
ter morrido nesse dia
Tout l’amour qui nous
avait emprisonné
comme de la cire
se brisait et s'effondrait
Ah, funeste printemps
Comme j'aurais, comme nous aurions
aimé mourir ce jour-là

Et tout ce qu'ils m’ont condamné
à vivre, moi avec mes pleurs
vivre, vivre sans toi
et moi vivant sans pour autant
oublié cet enchantement
que j’ai perdu ce jour-là

Le pain sec de la solitude
c’est ce qu’ils nous donnent
ce qu’ils nous donnent à manger
qu'importe si le cœur
dit oui ou non
s'il continue de vivre

Tout l’amour qui nous
avait emprisonné
se brisait et se morcelait
dans la crainte de sa métamorphose
personne ne parle du printemps
Comme j'aurais, comme nous aurions
aimé mourir ce jour-là
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Marc Quinn
Au-dessous du volcan (2012)
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