Onde estais versos magníficos...


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Onde estais versos magníficos...
Où es-tu, toi et ces vers magnifiques...


Onde estais versos magníficos,
Cantos de fachada belíssima,
Naves de silêncio imponente,
Palavras que ultrapassam o tempo,
Onde estais, que apenas vejo
Versos apodrecidos, que nem vão
Além da página que facilmente os doma?
Onde o vento, onde os sinos,
Onde as janelas que, todas somadas,
Fariam o poema sublime
Que nem o esquecimento de uma Eternidade inteira
O poderia dissolver em mudez?
Onde o verso, barco acordado e invencível,
Que só vejo o momento seco de um cardo?
Onde a beleza, sendo a única que diviso
A que resta de um sonho em ruínas?
Inexoravelmente, o meu verso
Se divide no espaço
E retorna ao peso do silêncio,
Aprisionado no centro de uma idade.
Où es-tu, toi et ces vers magnifiques,
Splendides chants d'apparat,
Imposants vaisseaux de silence,
Paroles qui dépassent le temps,
Où es-tu, où sont-ils je ne vois
Que des vers pourris, qui ne vont pas au-delà
De la page qui les domine avec facilité ?
Où est le vent, où, les cloches,
Où, les fenêtres qui, toutes ensembles,
Rendraient le poème à ce point sublime
Que même l’oubli d’une Éternité entière
Ne pourrait le dissoudre en mutisme ?
Où, le vers, cette barque éveillée, invincible,
Je ne vois que le moment sec d’un chardon?
Où, la beauté, qui seule divise
Ce qui reste d’un rêve en ruines?
Inexorablement, mon vers
Se divise en espace
Et retourne jusqu'à son poids de silence,
Emprisonné au centre d’un âge.
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Francesco Casorati
Lampe à Cervo (1960)
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