A morte de Arquimedes de Siracusa


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A morte de Arquimedes de Siracusa
La mort d'Archimède de Syracuse


Os equilíbrios dos planos, as quadraturas
das parábolas, os cálculos da areia,
das esferas, dos cilindros e das estrelas:
nada do que realizei se encontra à altura
do que há por fazer. A matemática é longa,
a vida breve; e logo agora Siracusa,
sitiada, quer alavancas, catapultas,
dispositivos catóptricos, cuja obra
suga meu sangue, que é meu tempo. Por milagre,
hoje deixaram-me em paz. Na garganta trago
intuições por formular: áspero e amargo
pássaro engasgado. Nas paredes não cabe
mais diagrama algum. Traço-os no chão do períbolo,
na terra. Quem vem lá? Não pises nos meus círculos!
L'équilibre des plans, la quadrature
des paraboles, le calcul des grains de sable,
des sphères, des cylindres et des étoiles :
rien de ce que j'ai accompli n'est à la hauteur
de ce qui reste à faire. Longueur des mathématiques,
brièveté de la vie ; et en ce moment Syracuse,
assiégée, veut des leviers, des catapultes, des
dispositifs catoptriques, dont la mise en œuvre
suce mon sang, et occupe mon temps. Par miracle,
aujourd'hui, ils m'ont laissé en paix. Dans ma gorge,
je porte des intuitions à formuler : un oiseau étouffé
âpre et amer. Plus aucun diagramme ne tient
sur les murs. Je les trace sur le sol du péribole,
sur la terre. Qui vient là ? Ne piétinez pas mes cercles !
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Robert Delaunay
Explosion de couleurs (1939)
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