Soneto XI - Marinha pousa a névoa iluminada...


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Soneto XI
Marinha pousa a névoa iluminada...
Sonnet XI
La mare se couvre d'une brume illuminée...


Marinha pousa a névoa iluminada,
e dentro dela os pássaros cantando
são crepitar das ondas doce e brando
na fímbria oculta e só adivinhada.
 
Verdes ao longe os montes na dourada
encosta pelos tempos deslizando,
suspensos pairam no frescor de quando
eram da sombra a forma congelada.
 
Ao pé de mim respiras. No teu seio,
como nas grutas fundas e sombrias
os animais pintados adormecem,
 
sereno sexa um amoroso veio.
Um após outro hão-de secar-se os dias
na teia ténue que das eras tecem.

La mare se couvre d'une brume illuminée,
en elle, les oiseaux qui chantent sont
le crépitement de vagues, tendres et douces,
sur le rivage opaque et seulement deviné.

Vertes au loin, les collines sur les pentes
dorées appareillent par les temps qui dérapent,
suspendues dans la fraîcheur de l'air, après
avoir été la forme figée de l'ombre.

Près de moi, tu respires. En ton sein,
comme aux grottes profondes, obscures,
des animaux peints sommeillent,

aiguail asséchant une veine amoureuse.
L'un après l'autre, les jours se dessèchent
sur la toile ténue que tissent les âges.

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Gravure de girafes et chasseur
Art rupestre néolithique (Ajjer, Algérie, 4500 a.C.)
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