E Alegre se Fez Triste


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Manuel Alegre »»
 
O canto e as armas (1967) »»
 
Italien »»
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E Alegre se Fez Triste
Et la joie s'est faite tristesse


Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como se
chovesse de repente em pleno agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer-me adeus: essa palavra
que fez tão triste a clara madrugada.

Cette clarté de l'aube qui a vu
des larmes couler sur ton visage
et la joie se changer en tristesse
comme s'il pleuvait soudain en août.

Elle seule a vu mes doigts entre tes doigts
mon nom se joindre à ton nom. Et s'attardant
elle a vu nos yeux rassembler nos secrets
qu'en silence nous disions séparés.

La clarté de l'aube quand je suis parti.
Elle seule a vu ton visage qui se tournait
vers la route où l'automobile s'en allait.

Et elle a vu que toute la patrie était en toi.
Et elle m'a entendu dire adieu : ce mot
qui a rendu si triste la clarté de l'aube.

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Francesco Hayez
Le baiser (1859)
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