A serenata


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A serenata
La sérénade


Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu dessespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?
Une nuit de lune pâle et de géraniums
il viendra avec une bouche et des mains incroyables
jouer de la flûte dans le jardin.
Commence alors mon désespoir
et je ne vois qu'une alternative :
devenir folle ou sainte.
Moi qui rejette et réprouve
ce qui n'est pas naturel comme le sang et les veines
me découvre en pleurs tous les jours,
mes cheveux sont attristés,
ma peau assaillie par l'indécision.
Lorsqu'il viendra, car il est sûr qu'il va venir,
comment arriverai-je au balcon sans ma jeunesse ?
La lune, les géraniums et lui seront les mêmes.
– Seule parmi les choses, la femme vieillit.
Comment ouvrirai-je la fenêtre, sans être folle ?
Comment la fermerai-je, sans être sainte ?
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Orazio Fidani
Le joueur de flûte (1610-1656)
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