Nunca a paz...


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Nunca a paz...
Jamais la paix...


Nunca a paz
Em que os gestos são tempos estrangulados.

Nunca se extingam as conjuras,
O perigo, os inimigos;
A súplica que é o ódio,
Nunca a paz com ninguém,
Gritos desmembrados, sangue,
Dores pendulares,
Nunca a paz serena,
De rosto branco e inertes horas.
 
Nunca a paz de haste morta,
Para que de raiva
A vida espume vida.

Jamais la paix
En laquelle les gestes sont des temps étranglés.

Jamais l'extinction des complots,
Le danger, les ennemis ;
La supplication qui n'est que haine,
Jamais la paix avec personne,
Cris démembrés, sang,
Douleurs pendulaires,
Jamais la paix sereine,
Du visage blanc et des heures inertes.

Jamais la paix de la tige morte,
Pour que de rage
La vie écume la vie.

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Otto Dix
Pragerstrasse (1920)
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