Há uma mulher a morrer sentada...


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Há uma mulher a morrer sentada...
Il y a une femme assise qui se meurt...


Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara
Para cantar

Ela está sentada à janela. Sei que nunca
Mais se levantará para abri-la
Porque está sentada do lado de fora
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro

Ela é tão bonita ao relento
Inesgotável

É tão leve como um cisne em pensamento
E está sobre as águas
É um nenúfar, é um fluir já anterior
Ao tempo

Sei que não posso chamá-la das margens
Il y a une femme assise qui se meurt
Une plante après une longue période
Qui dort tranquillement
Comme un cygne qui se prépare
À chanter

Elle est assise à la fenêtre. Je sais qu'elle ne
Se lèvera jamais plus pour l’ouvrir
Car elle est assise à côté au dehors
Et aucun de nous ne peut la ramener

Elle est si belle face aux étoiles
Intarissable

Elle est aussi légère qu’un cygne en pensée
Et elle est sur les eaux
C’est un nénuphar, un afflux déjà antérieur
Au temps

Je sais ne pas pouvoir l’appeler depuis la rive
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Henri Matisse
Laurette avec une tunique verte (1916)
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