Os acrobatas


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Os acrobatas
Les acrobates


Subamos!
Subamos acima
Subamos além, subamos
Acima do além, subamos!
Com a posse física dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz.

Subamos!
Como dois atletas
O rosto petrificado
No pálido sorriso do esforço
Subamos acima
Com a posse física dos braços
E os músculos desmesurados
Na calma convulsa da ascensão.

Oh, acima
Mais longe que tudo
Além, mais longe que acima do além!
Como dois acrobatas
Subamos, lentíssimos
Lá onde o infinito
De tão infinito
Nem mais nome tem
Subamos!

Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!

Tu e eu, herméticos
As nádegas duras
A carótida nodosa
Na fibra do pescoço
Os pés agudos em ponta.

Como no espasmo.

E quando
Lá, acima
Além, mais longe que acima do além
Adiante do véu de Betelgeuse
Depois do país de Altair
Sobre o cérebro de Deus

Num último impulso
Libertados do espírito
Despojados da carne
Nós nos possuiremos.

E morreremos
Morreremos alto, imensamente
Imensamente alto.

Montons !
Montons là-haut
Montons au-delà, montons
Au-dessus de l'au-delà, montons !
Avec le pouvoir physique des bras
Inéluctablement nous grimperons
Au grand océan des étoiles
Au travers de milliers de lumière.

Montons !
Comme deux athlètes
Le visage pétrifié
Par le sourire pâle de l'effort
Montons
Avec le pouvoir physique des bras
Et les muscles démesurés
dans le calme convulsif de l'ascension.

Oh, là-haut
Plus loin que tout
Au-delà, plus loin qu'au-dessus de l'au-delà!
Comme deux acrobates
Montons, très lentement
Là où l'infini
De tant d'infinités
n'a plus de nom allons
Montons !

Tendus
Par la corde lumineuse
Qui pend invisible
Et dont les nœuds sont des étoiles
Qui brûlent dans nos mains
Montons à la surface
Du grand océan des étoiles
Où la nuit s'endort
Montons !

Toi et moi, hermétiques
Les fessiers durcis
La carotide noueuse
Dans la fibre du cou
Sur la pointe aiguë des pieds.

Comme en un spasme.

Et lorsque
Là, en haut
Au-delà, plus loin qu'au-dessus de l'au-delà
Devant le voile de Bételgeuse
Après le pays d'Altaïr
Sur le cerveau de Dieu

Dans une dernière impulsion
Délivré de l'esprit
Dépouillé de la chair
Nous nous posséderons

Alors nous mourrons, nous
Mourrons dans la hauteur, immensément
Immensément plus haut.

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Alexander Calder
Le cirque (1975)
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